16 de jun. de 2010

O Afeto e o Personagem

Aconteceu a mudança na minha vida, quando eu resolvi ser o personagem principal dela. E eis que, eu que sempre idolatrei alguém, não fui tão alvo assim de algum afeto - digno, pelas coisas dignas de afeto, como minha grande forma de amar. Mas me olham voltados para outros dons. Menos naturais e mais humanos. Que desprezo eu aprendi ter ao afeto. Que pecados cometi por isso. Aconteceu a mudança na minha vida, quando eu resolvi ser o personagem principal dela.


Pedro Ormuz

15 de jun. de 2010

Pra depois do frio

É muito fácil se entregar
eu prefiro lutar mais forte
Vou correr adiante, e me dirá
Sr. Tempo, professor hábil e supremo

O caminho da resposta é olhar pra dentro
E o ponto de partida é erguer a cabeça

Não dá tempo para os goles
Quando se tem pressa e fome
E se neles alguém afirma
é mais por fracasso que conforto

Há uma ponte e nela você caminha
Ao mesmo tempo que se é o chão que pisa

O caminho da resposta
é olhar pra dentro
E o ponto de partida
é levantar a cabeça


Pedro Ormuz

9 de jun. de 2010

Verniz

hoje eu parei de ler nietzsche
hoje eu comecei a tomar paracetamol
me deitei mais Cedo
caguei mais cedo, limpei o cU mais cedo

perdi meu rumo, virei religoso
falei mal de drogas e cannabis
Hoje eu chutei um mendigo
Hoje eu sozinho xinguei senhoras

Eu virei especialista em roubar cego
E em não dar ouvidos a nada
hoje EU vivi de verdade

hojE eu ressUcitei meu pai
me castrei e virei nobre
eu to estragado e to bem


"e cu se escreve é sem acento, mas você pode acentuar o cu se preferir assim"

Pedro Ormuz

6 de jun. de 2010

Alguns se Enganam





a morte não é pra qualquer um
não é feita para os tolos
nunca será contemplada pelos comodistas

a morte é pra quem viveu
é pra quem se aventurou na vida
é pra quem cheirou
e é também pra quem fedeu

É só pra quem teve orgasmos
A morte não é pra quem só gemeu
A morte não é buraco na estrada
E é muito mais que estrada no buraco

Não foi feita para os que passam
É privilégio dos que observam,
quando param


A morte não ainda te escolheu
A morte é mais que a sorte,
de quem só acha que morreu



poema feito para a mostra fotográfica "O fim pelo começo:
Um ensaio sobre o cemitério São Pedro" de Douglas Soares
e Vinícios Carvalho - Uberlândia no Bar Goma Cultura em Movimento