29 de ago. de 2007

sobre um elo, "pós elo"




As coisas não vão muito bem, você disse que ia sair de casa esses dias e só voltou hoje pra buscar a moldura do quadro que ia dar pra sua tia no fim de julho, no dia no aniversário dela.

Deixou um vazio tão grande aqui, o pior foi quando vi que você esqueceu, perto da máquina de lavar roupa, aquele seu tênis que usou no dia em que a gente foi no sítio de um casal amigo, nossa como ele está sujo, meu bem.


O fim de um relacionamento, percebo agora, pode ser tão facilmente comparado com a morte, mas eu nunca tinha entendido isso, e queria não ter precisado de entender.


Alguns planos acabam sendo abandonados, como aquele de comprarmos uma ação no clube ou a viagem no fim de ano pra praia. Pra não lembrar também do almoço domingo na casa da minha mãe. Sei que não é uma boa galinhada, mas a gente sempre voltava contente de ter estado lá.


O que fazer com essa saudade, com o eco do meu silêncio nessa sala?


E as crianças que a gente não brindou com a vida, pois é, sempre discutimos os nomes que queríamos dar à elas.


Mas o melhor de tudo amor, é que hoje tive coragem de te escrever.


Mas não desligue o telefone quando eu te ligar sem motivo, como você sempre diz, mas, você sabe bem o porquê das minhas ligações, ou talvez meu soluço consiga te demonstrar.




Com carinho.
De quem a cada dia lembra mais de você, meu amor.

Por entre Elfos








Ao velar teu sono
Presumir meu teu sonho
Faço do dia amante
E acabo por mim
Fazendo-me teu

Sendo preso em teu ilagre
Amante do dia e à dia repudiante
Fumaça em vento
Canto em cores

Corais em negrito

Verso assumido, alegria, sentença
Grandes e belos pastos verdes
Cabeça em consolo macio

Alimentando de ar puro
Velejando memoriais e estações
Sentado à beira

Nadando pra não afogar
Afogo então, estendido no fundo
Do lado do oposto
Avesso de mim
Em balde e bidê

A companhia que prevalece
Cede à mim você